Economia | 3 minutos de leitura
Com medo do amanhã, famílias ricas fazem maior aposta em renda fixa em 5 anos
Selecionado por: Johnny Vivan
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Alocação em bonds nos family offices subiu para o patamar mais alto dos últimos anos – mas participação em ações ainda é maior
Interessadas nos rendimentos pagos pelas dívidas emitidas por governos ano passado, e preocupadas com conflitos geopolíticos e mudanças climáticas, algumas das famílias mais ricas do mundo fizeram um rebalanceamento no portfólio e aumentaram a exposição em renda fixa para o patamar mais elevado dos últimos cinco anos.
É isso que mostra o Global Family Office Report 2024, um relatório do banco de investimentos UBS que detalha a movimentação de 320 family offices com patrimônio líquido médio de US$ 2,6 bilhões, totalizando US$ 600 bilhões. Um family office é uma empresa privada que cuida dos recursos de famílias abastadas.
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Em média, as famílias destinaram 16% do capital para títulos de renda fixa de mercados desenvolvidos em 2023, acima dos 12% vistos em 2022, e pretendem manter esse patamar ao longo deste ano. A alocação em bonds de países em desenvolvimento foi de apenas 3% no ano passado.
“Ao aumentarem as participações em renda fixa dos mercados desenvolvidos, elas reintroduziram um maior equilíbrio entre bonds e ações”, disse George Athanasopoulos, co-head de mercados Globais do UBS.
As famílias ricas da América Latina são as que mais apostam nessa modalidade de investimento – 34% delas, segundo o levantamento. Na sequências vêm os abastados da região Norte da Ásia (27%) e Asiá-Pacífico (25%). Os Estados Unidos estão na lanterna, com 7%.
Na contramão da renda fixa, o segmento que perdeu apelo entre os endinheirados foi o mercado imobiliário (real state). Globalmente, os investimentos nessa área caíram para 10% em 2023, abaixo dos 13% em 2022. “As alocações para o setor imobiliário diminuíram numa época em que os preços comerciais dos imóveis em algumas regiões estava caindo”, segundo o UBS.
Os mais riscos andam preocupados com o futuro. Cerca de 60% deles estão com receio de um grande conflito geopolítico acontecer nos próximos 12 meses. Quase metade está aflita com as mudanças climáticas. Há receio também com juros e inflação.
Apesar de diminuírem o apetite pelo risco, as famílias continuam apostando alto no mercado acionário. O peso dessa modalidade na carteira é de 28%, em média, o maior entre todas as categorias. Além disso, elas apostam na diversificação do portfólio e estão antenadas com tendências.
Quase 80% dos familly offices afirmaram que devem alocar patrimônio no setor de inteligência artificial (IA) generativa até 2027. O segmento ganhou ainda mais combustível semana passada após o resultado muito acima do esperado da Nvidia.
Além de IA, outros setores na mira dos ricaços são tecnologia em saúde; automação e robótica; serviços médicos; segurança e proteção; tecnologia verde; mobilidade inteligente; terapias genéticas; inovação alimentar, entre outros.
De acordo com o relatório, 50% dos family offices mantêm suas maiores alocações na América do Norte, 27% na Europa Ocidental e 17% na Ásia-Pacífico ou na China. A América do Norte e a China são os principais destinos de alocações futuras.
Categoria de investimento Média global
Ações 28%
Private equity 22%
Renda fixa 19%*
Dinheiro 10%
Real estate (empreendimentos) 10%
Fundo de hedge 5%
Dívida privada 2%
Ouro e outros metais 1%
Arte e antiguidades 1%
Commodities 0%
Infraestrutura
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