Governança corporativa, o que é e como surgiu? Muito se aprendeu e se modernizou com a pandemia e o isolamento social imposto por ela, por isso procedimentos de governança se fazem tão necessários em 2022.
No cenário econômico atual do Brasil, por um movimento que vem sendo orquestrado por órgãos reguladores oficiais como o Banco Central do Brasil – BACEN ou a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que vão caminhando cada vez mais para a digitalização e certificação de processos no universo dos instrumentos financeiros tradicionais, é fundamental trazer para esse cotidiano também as avaliações de resultados e os acompanhamentos das performances individuais dos colaboradores.
Deixando claras diretrizes, alçadas e procedimentos em todas as etapas dos chamados “Controles Digitais”.
Governança corporativa
Segmentos como o das Instituições Financeiras e não Financeiras, exemplo as Securitizadoras, pedem constantemente ferramentas para organizar seus setores estratégico, financeiro e de controles internos, essenciais para estruturar um crescimento sustentável e calçar a conquista de mais resultado.
Setores das companhias que necessitam se autorregular na estrutura social, para atender demandas internas e externas, para as exigências de captação, solvência e monitoramento, tão tradicionais ao badalado mercado dos valores mobiliários.
Os profissionais envolvidos nesses segmentos enfrentam dificuldades na busca de uma visão completa da situação econômica empresarial, que acaba distorcida com a perda de informações, falta de planejamento e erros de apuração. Uma organização faz-se necessária, para que a gestão não tome decisões ruins.
Pensar num sistema informatizado uniforme, conferindo agilidade e produtividade no ambiente de trabalho, não é tarefa fácil. Seus dados precisam ser armazenados de forma segura e compartilhados com apenas alguns cliques.
Assim, as equipes envolvidas não precisam ficar debruçadas sobre planilhas e se concentram no que realmente importa, que é VENDER.
O objetivo é mapear o que pode ser aperfeiçoado e assim impulsionar os resultados. É indispensável entender se as estratégias estão dando certo ou não.
Em resumo: acompanhamento e avaliação é parte importante no processo de planejamento estratégico da empresa, porque é baseado na comparação entre os resultados previstos e realizados, considerando indicadores próprios para determinadas metas.
A avaliação de resultados não é algo simples e não basta procurar novos clientes, diversificar produtos ou melhorar a qualidade dos serviços, sem o devido acompanhamento periódico e lógico por parte dos gestores.
Não adianta verificar o desempenho da empresa apenas ao final do ano. Sem uma boa gestão empresarial e financeira, ou seja, sem governança corporativa, todos os resultados serão perdidos.
Governança corporativa, planejamento e análise financeira
Governança Corporativa
A Governança corporativa, também conhecida como controladoria ou compliance, é ampla e pode ser caracterizada como um segmento da gestão administrativa e financeira que envolve o mapeamento, o planejamento, a análise e o controle das atividades da empresa.
Como controle interno, ela tem um papel fundamental na análise da saúde financeira, pois reúne dados sobre cada transação, investimento, receitas e custos. Além de fornecer as informações para os administradores e sócios.
Planejamento e análise financeira - FP&A
A sigla FP&A (Financial Planning and Analysis), ou planejamento e análise financeira no português, é um trabalho estratégico da área financeira que realiza o levantamento de dados da empresa para uma tomada de decisão embasada e analítica.
Refere-se a estimular um setor como responsável por apurar a situação financeira atual e projetar objetivos a serem alcançados, considerando ainda os dados externos conjunturais.
Esse material propicia uma visão sistêmica e integral da gestão nas organizações, utilizando técnicas e ferramentas de mapeamento, planejamento, investimento, avaliação, desempenho e gerenciamento estratégico, com o objetivo de aprimorar as competências gerenciais e operacionais.
Atividades Consultivas de Governança Corporativa
1. Diagnóstico Inicial
O trabalho de diagnóstico de governança corporativa tem como objetivo a mensuração do desempenho financeiro, identificação de pontos críticos do modelo de negócios praticado pela empresa, abrangendo um período anterior ao atual (análise retrospectiva) e projeção de valores para um período posterior ao atual (análise prospectiva).
Essa é a primeira etapa para planejar o futuro, onde é preciso entender o momento atual do negócio com suas oportunidades, desafios e problemas, ao analisar os números dos últimos anos.
A melhor ferramenta para criar o diagnóstico é optar por reuniões da consultoria com os gestores dos setores estratégicos da empresa para estudo, avaliação e coleta de evidências, além de utilizar o Demonstrativo de Resultado do Exercício -DRE, que apresenta o resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais.
A elaboração de um relatório com seus devidos registros fornece a estrutura para uma análise executiva do mercado com projeções das estimativas de receitas, despesas, gastos e crescimento.
Observando o modelo de negócio e apontando seus gargalos, para uma projeção pelo seu ponto de equilíbrio.
2. Gestão Financeira (via Indicadores de Tesouraria)
Uma vez identificadas as prioridades através de um Diagnóstico Inicial bem construído, a estruturação de uma Gestão Financeira se torna fática e de fácil monitoramento.
A resposta vem da compreensão do que são os indicadores financeiros necessários, suas categorias e como aplicá-los para analisar investimentos e reservas. São ferramentas para avaliar os resultados estratégicos da empresa e servem para influenciar na tomada de decisão.
É papel do gestor analisar esses dados, a fim de identificar erros administrativos. Saber ainda se a empresa tem condições para atrair investidores e assumir determinados riscos.
As decisões não podem ser tomadas ao acaso e gerenciar os setores administrativo, financeiro e tesouraria não é tarefa simples. Existem dezenas de complexos indicadores, que podem ser divididos em 5 categorias:
2.1 Indicadores de Rentabilidade:
Rentabilidade significa a capacidade econômica da empresa. Se o capital investido está valendo a pena e se existe potencial no investimento. Composto por:
- Margem líquida: valor disponível em caixa após o pagamento de todas as despesas, incluindo imposto de renda;
- Margem operacional: valor restante no caixa após o abatimento das despesas, exceto imposto de renda;
- Retorno sobre investimento (ROI): o potencial de geração de lucros. Em outras palavras, o quanto um investidor ganhou ou perdeu em relação ao valor aplicado.
2.2 Indicadores de Lucratividade:
A lucratividade revela os ganhos da empresa, ou seja, se as vendas são suficientes para arcar todos os custos e ainda gerar lucro. Compostos por:
- Margem de lucro bruta: índice que relaciona o lucro bruto com a receita líquida;
- Margem de lucro operacional: valor resultante da subtração de receita menos as despesas operacionais, que são os gastos diários para a manutenção da empresa;
- Margem de EBIT: lucro antes dos juros e tributos;
- Margem de EBITDA: lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
2.3 Indicadores da Estrutura de Capital:
A estrutura de capital mede o índice de endividamento do negócio. Composto por:
- Endividamento total: a relação entre o que foi investido e o que o negócio deve a terceiros.
- Cobertura de juros: a capacidade da empresa pagar os juros de dívida sem prejudicar o valor do caixa.
2.4 Indicadores de Atividade:
A atividade significa a evolução operacional de uma empresa. A velocidade com que ela realiza e amplia suas vendas. Composto por:
- Giro de caixa: quantos ciclos financeiros (pagamentos e recebimentos) o caixa tem durante um determinado período. Quantas vezes entra e sai capital da empresa;
- Fluxo de caixa: o montante recebido e gasto durante um determinado período.
2.5 Indicadores de Liquidez:
São indicadores que medem o crédito de uma empresa, ou seja, a capacidade de cumprir suas obrigações. Composto por:
- Liquidez corrente: capacidade de pagamento em curto prazo;
- Liquidez seca: similar à liquidez corrente, mas exclui do cálculo os estoques;
- Liquidez imediata: o que pode ser pago imediatamente pelo valor disponível em caixa;
- Liquidez geral: capacidade de pagamento em longo prazo.
3. Registrar Procedimentos Internos:
A burocracia e a complexidade das atividades empresariais interferem nos resultados obtidos pela gestão. Os processos internos são fundamentais para o alcance das metas gerenciais e permitem que a empresa seja mais produtiva e lucrativa.
O objetivo é poder identificar falhas e implantar melhorias nas tarefas executadas. Ao mesmo tempo, essa documentação facilita a realização de auditorias, que indicam se o negócio vai bem, se os processos são eficazes e se as normas são devidamente cumpridas.
Os processos internos consistem nas atividades realizadas pelos colaboradores com a finalidade de alcançar os objetivos e as metas gerenciais.
Organizar essa etapa passa pelo mapeamento dos processos e a verificação da conformidade com leis, regras e regulamentos aplicáveis, podendo envolver procedimentos e produtos. Tem como objetivos principais:
- Verificar se as leis, regras e regulamentos aplicáveis, são seguidos;
- Verificar se padrões de produtos, processos e serviços são satisfatórios;
- Apontar riscos, não conformidades e problemas de qualidade;
- Assegurar a objetividade através de manuais, regras e fluxos devidamente aprovados e comunicados aos colaboradores;
- Executar e analisar essas atividades de maneira independente.
As atividades descritas acima podem ser executadas somente para a empresa ou como instrumento para monitoramento de fornecedores, assegurando controles internos também por parte de parceiros e/ou de terceiros envolvidos na operação.
4. Contingência na Tecnologia da Informação:
A governança corporativa nos ambientes de TI ou processos de contingência para TI, são controles digitais, que detalham o nível de segurança logica e física das estruturas utilizadas para processar informações e dados das atividades empresariais.
Vão de acessos e permissões para usuários até a segurança dos dados de infraestrutura, verificando a sua flexibilidade e certificados de segurança, que precisam ser legalizados.
Entre os principais processos de indicadores e controles digitais, podemos citar:
- Princípios de um sistema de governança;
- Princípios de um framework (separar gerenciamento de governança corporativa);
- Aceitação e reconhecimento;
- Geração de valor para o negócio;
- Áreas de foco com visibilidade para os recursos e para a área de TI como um todo;
- Otimização com flexibilidade de riscos e recursos;
- Desempenho gerenciado (fatores);
- Métodos para implantação;
- Alinhamento aos principais padrões e estruturas do mercado.
Conclusão
A decisão mais adequada é se utilizar dos serviços de consultoria profissional de governança corporativa e buscar empresas especializadas nessa área, em virtude dos benefícios que isso pode gerar.
Existe uma série de aspectos para serem analisados e decididos, uma visão abrangente com viés executivo sempre agrega valor ao processo de estruturação como um todo.
De uma forma ou de outra, os procedimentos de transição trazem coisas novas, por mais que queira se manter algumas ou a maior parte do jeito como está.
Reformular por completo, pode não ser uma alternativa viável, mas é sempre possível fazer uma boa revisão, acrescentar novos elementos, assim otimizar os recursos e os resultados.
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