Economia | 2 minutos de leitura
Fintechs buscam soluções frente à onda de inadimplência em FIDCs
Escrito por: Johnny Vivan
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Escrito por: Johnny Vivan
As taxas de inadimplência no mercado de FIDCs para fintechs, que totaliza R$ 65,5 bilhões, atingiram uma média de 9,5% em janeiro. Essa cifra contrasta com os 3,5% registrados seis anos atrás, segundo dados da Uqbar, uma empresa especializada em fornecer informações sobre securitização no Brasil.
Empresas como a Open Co, respaldada pela Goldman Sachs, a Nexoos e a Gyra+, estão testemunhando taxas de inadimplência que ultrapassam 60% em algumas de suas carteiras de empréstimos não garantidos. Isso tem levado a medidas extremas, incluindo fusões, recuos nos planos de expansão e até mesmo venda de ativos para garantir a sobrevivência. (Open Co, Nexoos e Gyra+ não quiseram comentar).
Fintechs brasileiras estão enfrentando uma onda de inadimplência em empréstimos concedidos a clientes considerados de alto risco pelos bancos tradicionais. Essa situação está resultando no colapso das camadas de risco dos créditos obtidos por meio de FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios).
Isso está se tornando um grande problema para as empresas, porque elas detêm as cotas subordinadas dos FIDCs como forma de ter “skin in the game” (termo em inglês para tomadas de risco com base em lógica e mensuração), disse Leandro Albuquerque, analista da S&P Global Ratings que acompanha o setor.
O risco de inadimplência continua elevado, especialmente para empréstimos pessoais e pequenas empresas sem garantias, devido às perspectivas de crescimento econômico lento e às taxas de juro ainda elevadas”, disseram. “Ainda existem desafios no horizonte de curto prazo para essas empresas.
As startups conquistaram seguidores – e o apoio de investidores – ao prometerem democratizar os empréstimos num país onde a obtenção de crédito é notoriamente difícil.
Vários dos FIDCs mais problemáticos foram criados logo após a pandemia, quando as taxas de juros de referência no Brasil estavam em torno de 2% e o governo fornecia crédito subsidiado a empresas e indivíduos, disse Albuquerque. Os brasileiros que nunca tinham tido uma conta bancária aceitaram as ofertas das fintechs, assinando até seis cartões de crédito em alguns casos.
Três anos depois – com taxas agora na casa dos dois dígitos – a inadimplência está disparando, marcando outro revés para a outrora promissora indústria de fintechs do Brasil. O país tem 1.627 fintechs, segundo a plataforma Distrito, e nem todas sobreviverão.
Em muitos aspectos, esse cenário reflete uma mudança em curso na indústria global de startups financeiras que se tornou uma das favoritas dos gestores de venture capital, apenas para ser apanhada quando as condições de crédito se tornaram rapidamente mais restritivas.
Mas a situação no Brasil apresenta implicações além do mundo das startups e no mercado muitas vezes esquecido, mas vital, de R$ 454 bilhões de FIDCs, que vem crescendo como uma referência para as pequenas empresas obterem financiamento.
Em alguns aspectos, a estrutura é semelhante a dos mercados de títulos garantidos por ativos amplamente utilizados em outros locais. Mas os FIDCs são exclusivos do Brasil. A maior parte do mercado está saudável — os FIDCs de fintech chegaram a crescer 25% nos 12 meses encerrados em janeiro.
Para complicar ainda mais, as fintechs enfrentam dificuldades com cobrança de dívidas, pois não possuem os mesmos mecanismos dos grandes bancos. Além disso, muitos de seus clientes são novatos na obtenção de crédito, o que aumenta os desafios de previsão de inadimplência.
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