Economia | 4 minutos de leitura

Pós-covid, em guerra e com inflação

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Em um breve overview sobre a atividade econômica neste começo de ano, podemos constatar crescimento de 1,5% no primeiro trimestre, o que provocou uma revisão das expectativas de crescimento do PIB, devido a melhora em alguns indicadores econômicos.

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Inflação

Dia 17/05/2022 foi divulgado o Monitor do PIB-FGV (indicador mensal do PIB elaborado pela FGV), que tem como base a mesma metodologia das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, sinalizando crescimento de 1,5% na atividade econômica brasileira no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao quarto trimestre de 2021.

De acordo com dados do Banco Central as contas do setor público consolidado (governo federal, estados, municípios e empresas estatais), registraram superávit primário de R$ 4,3 bilhões em março deste ano.

No acumulado do primeiro trimestre as contas registraram um superávit primário de R$ 109,6 bilhões, novo recorde para o período. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo das contas públicas somou R$ 51,6 bilhões.

Já a despesa com juros (juros de dívida pública), o déficit foi de 26,5% em março. No acumulado até os últimos doze meses, o efeito foi negativo em R$ 281 bilhões, o equivalente a 3,15% do PIB.

O resultado nominal das contas do setor público tem impacto no déficit primário, que neste momento encontra-se elevado, por isso a necessidade das atuações pontuais do Banco Central no câmbio e na Selic, para conter a inflação.

Atualmente a taxa básica de juros da economia brasileira está em 12,75% ao ano, a maior em mais de cinco anos.

Cenário

O volume de negócios na balança comercial no primeiro trimestre de 2022 segundo os dados preliminares do Ministério da Economia apontam recorde tanto no faturamento com as exportações quanto nos gastos com as importações.

As exportações fecharam em aproximadamente US$ 100 bilhões. Um crescimento 9,6% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, os principais responsáveis pelo aumento foram as exportações de serviços (14,7%), bens intermediários (14,3%) e produtos agropecuários (29,5%).

As importações também cresceram, e resultaram em mais de US$ 80 bilhões, aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano interior. Atualmente o saldo das contas externas está positivo em US$ 20 bilhões. Resultado superior em US$ 1 bilhão se comparado com o mesmo período em 2021.

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O resultado da balança comercial brasileira é em boa parte influenciado pelo agronegócio, tanto nas exportações quanto nas importações.

Conhecido como Celeiro do Mundo, o país tornou-se um player importante, devido a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em decorrência do conflito entre os dois países as importações e exportações do agronegócio na Europa foram comprometidas, vez que, bloqueou parceiros comerciais importantes como a Polonia e outros países do Leste Europeu.

Setor de Serviços

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada 12/05/2022 pelo IBGE, apontou melhora no Setor de Serviços, antes acentuadamente impactado pela pandemia. No entanto, segundo a instituição, o setor possui ampla margem para crescimento, inclusive em relação à patamares anteriores da pandemia.

Com aumento acumulado de 3,8%, considerando os últimos meses, o setor superou o seu maior nível desde maio de 2015, ficando 7,2% acima do patamar pré pandemia.

Setor de Transportes

Também de acordo com IBGE, o desempenho do Setor de Transportes teve avanço pelo quinto mês consecutivo, com aumento de 2,7% entre fevereiro para março deste ano.

Sendo o transporte rodoviário de cargas especialmente vinculado ao comercio eletrônico e ao agronegócio, os maiores responsáveis.

Outro influenciador foi o transporte aéreo de passageiros, além do aumento do fluxo de pessoas viajando, houve a queda dos preços das passagens.

Comparando o resultado do setor como um todo, nos meses de fevereiro e março, o avanço foi 18% superior do período pré-pandemia, e atingiu o maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2011.

Setor de informação e comunicação

Os serviços de informação e comunicação cresceram 1,7%, com isso podem recuperar parte da perda de 4,7% acumulada entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano.

O setor teve a segunda maior influência sobre o índice geral, suas atividades ainda estão 10,5% acima do patamar pré-pandemia.

Os principais responsáveis pelo aumento no mês de março foram as receitas dos seguintes grupos: empresas de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca da internet, desenvolvimento e licenciamento de softwares, e consultoria em tecnologia da informação.

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Setor profissionais, administrativos e complementares

Fechando a lista dos setores que tiveram crescimento em março, estão os setores profissionais, administrativos e complementares (1,5%), prestados às famílias (2,4%) e outros serviços (1,6%).

Entre as cinco atividades investigadas na PMS, somente os serviços prestados às famílias não superaram os patamares anteriores à pandemia.

Isso porque a necessidade de isolamento social, impactou no deslocamento das pessoas. Também houve uma melhora no índice das atividades de restaurantes, hotéis e serviços de bufê.

Setor de atividades turísticas

O setor de atividades turísticas cresceu 4,5% em março, após retração acumulada de 0,9% nos dois primeiros meses do ano.

Mesmo com o aumento, o segmento está abaixo 6,5% do período pré-pandemia.

Esse resultado está na mesma esteira de serviços prestados às famílias e transportes, que também cresceram em março, influenciado pela alta de transportes aéreos, restaurantes, hotéis e serviços de bufê.

Conclusão

O Setor de Serviços possui maior peso na economia brasileira e provavelmente movimentará cerca de R$ 92,8 bilhões a mais que o ano anterior.

Os analistas já estimam a possibilidade de crescimento do PIB acima de 1,1%. Quem sabe pode melhorar um pouco mais, após as eleições e o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, assim otimizar os recursos e os resultados em toda nossa cadeia de segmentos econômicos.

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